Vous n'avez réclamé la gloire ni les larmes Ni l'orgue, ni la prière aux agonisants Onze ans déjà, que cela passe vite onze ans Vous vous étiez servi simplement de vos armes La mort n'éblouit pas les yeux des partisans.
Vous aviez vos portraits sur les murs de nos villes Noirs de barbe et de nuit, hirsutes, menaçants L'affiche qui semblait une tache de sang Parce qu'à prononcer vos noms sont difficiles Y cherchait un effet de peur sur les passants.
Nul ne semblait vous voir Français de préférence Les gens allaient sans yeux pour vous le jour durant Mais à l'heure du couvre-feu des doigts errants Avaient écrit sous vos photos " Morts pour la France" Et les mornes matins en étaient différents.
Tout avait la couleur uniforme du givre À la fin février pour vos derniers moments Et c'est alors que l'un de vous dit calmement: "Bonheur à tous, bonheur à ceux qui vont survivre Je meurs sans haine en moi pour le peuple allemand."
"Adieu la peine et le plaisir. Adieu les roses Adieu la vie. Adieu la lumière et le vent Marie-toi, sois heureuse et pense à moi souvent Toi qui vas demeurer dans la beauté des choses Quand tout sera fini plus tard en Erevan."
"Un grand soleil d'hiver éclaire la colline Que la nature est belle et que le coeur me fend La justice viendra sur nos pas triomphants Ma Mélinée, ô mon amour, mon orpheline Et je te dis de vivre et d'avoir un enfant."
Ils étaient vingt et trois quand les fusils fleurirent Vingt et trois qui donnaient le coeur avant le temps Vingt et trois étrangers et nos frères pourtant Vingt et trois amoureux de vivre à en mourir Vingt et trois qui criaient "la France!" en s'abattant.
Tem gente por aí vivendo que nem bicho Foçando comida na lata do lixo Irmã gémea da loucura Dos gritos na noite escura É gente dormindo debaixo do viaduto E comendo a parte mais podre do fruto É gente que nem parece que é gente Mas que a gente sabe que é gente
Também tem gente por aí vivendo que nem gente Guardando o seu ouro a unha e dente Trancando as portas sem saber que na rua Sangra exposta a ferida sua É gente engordando por cima do fruto E atirando a parte mais podre no lixo No lixo É gente que até parece que é gente Mas que a gente sabe que é bicho
Por teu livre pensamento Foram-te longe encerrar. Tão longe que o meu lamento Não te consegue alcançar. E apenas ouves o vento E apenas ouves o mar.
Levaram-te, a meio da noite: A treva tudo cobria. Foi de noite, numa noite De todas a mais sombria. Foi de noite, foi de noite, E nunca mais se fez dia.
Ai! Dessa noite o veneno Persiste em me envenenar. Oiço apenas o silêncio Que ficou em teu lugar. E ao menos ouves o vento E ao menos ouves o mar
Salgo a caminar Por la cintura cósmica del sur Piso en la región Más vegetal del tiempo y de la luz Siento al caminar Toda la piel de América en mi piel Y anda en mi sangre un río Que libera en mi voz Su caudal.
Sol de alto Perú Rostro Bolivia, estaño y soledad Un verde Brasil besa a mi Chile Cobre y mineral Subo desde el sur Hacia la entraña América y total Pura raíz de un grito Destinado a crecer Y a estallar.
Todas las voces, todas Todas las manos, todas Toda la sangre puede Ser canción en el viento.
¡Canta conmigo, canta Hermano americano Libera tu esperanza Con un grito en la voz!
Deixei pousar minha boca em tua fronte toquei-te a pele como se fosses harpa escorreguei em teu ventre como o vento e atravessei-te em mim como se fosse farpa
Deixei crescer uma vontade devagar deixei crescer no peito um infinito morri da morte lenta do desejo e em cada beijo abafei um grito
Quando desfolho o livro velho da memória sinto que o tempo passado à tua beira é um espaço bom que há na minha história e foi bonito ter dito companheira
Inventei mil paisagens no teu peito rebentei de loucura e fantasia quando me olhavas devagar com esse jeito e eu descobri tanta coisa que não vias
Havia em ti uma forma grande de incerteza que conseguias converter em alegria havia em ti um mar salgado de beleza que me faz sentir saudades em cada dia
Quando desfolho o livro velho da memória sinto que o tempo passado à tua beira é um espaço bom que há na minha história e foi bonito ter dito companheira
Porque no engraso los ejes Me llaman abandona'o ... Si a mi me gusta que suenen, ¿Pa qué los quiero engrasaos ? E demasiado aburrido seguir y seguir la huella, demasiado largo el camino sin nada que me entretenga. No necesito silencio. Yo no tengo en qué pensar. Tenía, pero hace tiempo, ahora ya no pienso mas. Los ejes de mi carreta nunca los voy a engrasar...
PREGUNTARÉIS: Y dónde están las lilas? Y la metafísica cubierta de amapolas? Y la lluvia que a menudo golpeaba sus palabras llenándolas de agujeros y pájaros? Os voy a contar todo lo que me pasa. Yo vivía en un barrio de Madrid, con campanas, con relojes, con árboles. Desde allí se veía el rostro seco de Castilla como un océano de cuero. Mi casa era llamada la casa de las flores, porque por todas partes estallaban geranios: era una bella casa con perros y chiquillos. Raúl, te acuerdas? Te acuerdas, Rafael? Federico, te acuerdas debajo de la tierra, te acuerdas de mi casa con balcones en donde la luz de junio ahogaba flores en tu boca? Hermano, hermano! Todo eran grandes voces, sal de mercaderías, aglomeraciones de pan palpitante, mercados de mi barrio de Argüelles con su estatua como un tintero pálido entre las merluzas: el aceite llegaba a las cucharas, un profundo latido de pies y manos llenaba las calles, metros, litros, esencia aguda de la vida, pescados hacinados, contextura de techos con sol frío en el cual la flecha se fatiga, delirante marfil fino de las patatas, tomates repetidos hasta el mar. Y una mañana todo estaba ardiendo y una mañana las hogueras salían de la tierra devorando seres, y desde entonces fuego, pólvora desde entonces, y desde entonces sangre. Bandidos con aviones y con moros, bandidos con sortijas y duquesas, bandidos con frailes negros bendiciendo venían por el cielo a matar niños, y por las calles la sangre de los niños corría simplemente, como sangre de niños. Chacales que el chacal rechazaría, piedras que el cardo seco mordería escupiendo, víboras que las víboras odiaran! Frente a vosotros he visto la sangre de España levantarse para ahogaros en una sola ola de orgullo y de cuchillos! Generales traidores: mirad mi casa muerta, mirad España rota: pero de cada casa muerta sale metal ardiendo en vez de flores, pero de cada hueco de España sale España, pero de cada niño muerto sale un fusil con ojos, pero de cada crimen nacen balas que os hallarán un día el sitio del corazón. Preguntaréis por qué su poesía no nos habla del sueño, de las hojas, de los grandes volcanes de su país natal? Venid a ver la sangre por las calles, venid a ver la sangre por las calles, venid a ver la sangre por las calles!
" Todos nós somos memória, e a memória, para o bom e para o mal, é a única coisa que não nos podem roubar".
Cantares de Amigos
"É possível falar sem um nó na garganta é possível amar sem que venham proibir é possível correr sem que seja a fugir. Se tens vontade de cantar não tenhas medo: canta. É possível andar sem olhar para o chão é possível viver sem que seja de rastos. Os teus olhos nasceram para olhar os astros. Se te apetece dizer não grita comigo: não. É possível viver de outro modo. É possível transformares em arma a tua mão. É possível o amor é possível o pão. É possível viver de pé! Não te deixes murchar. Não deixes que te domem. É possível viver sem fingir que se vive. É possível ser homem. É possível ser livre."
Manuel Alegre
"Primeiro levaram os comunistas, mas não me importei com isso eu não era comunista. Em seguida levaram alguns operários, mas não me importei com isso eu também não era operário. Depois prenderam os sindicalistas, mas não me importei com isso porque eu não sou sindicalista. Depois agarraram uns sacerdotes, mas como não sou religioso também não me importei. Agora estão-me a levar a mim Mas já é tarde..."
(Bertold Brecht)
“A minha vida é um vendaval que se soltou. É uma onda que se alevantou. É um átomo a mais que se animou... Não sei por onde vou, Não sei para onde vou, Sei que não vou por aí.”
José Régio
"Oh! Esta comoção de me sentir sozinho no meio da multidão - a ouvir o meu coração no peito do vizinho Oh! Esta solidão quente como a camaradagem do vinho!
José Gomes Ferreira, Comício"
"Homem, abre os olhos e verás em cada outro homem um irmão. Homem, as paixões que te consomem não são boas nem más. São a tua condição. A paz, porém, só a terás quando o pão que os outros comem, homem, for igual ao teu pão.
Armindo Rodrigues"
"Quando desembarcas em Lisboa, Céu celeste e rosa, estuque branco e ouro pétalas de ladrilho as casas, as portas, os tectos, as janelas salpicadas do ouro verde dos limões, do azul ultramarino dos navios, quando desembarcas não conheces, não sabes que por detrás das janelas escuta ronda a polícia negra, os carcereiros de luto de Salazar, perfeitos filhos de sacristia e calabouço despachando presos para as ilhas, condenando ao silêncio pululando como esquadrões de sombras sob janelas verdes, entre montes azuis, a polícia, sob outonais cornucópias, a polícia procurando portugueses, escavando o solo, destinando os homens à sombra.