Je suis ainsi pas autrement Je ne suis pas quelqu’un qui ment Par mon silence ou mon sourire Je dis bien ce que je veux dire Je ne suis pas quelqu’un qui charme Pour cacher la cause des larmes Je ne dis pas que tout est bien Qu’il faut accepter le destin Je ne viens pas en pécheresse En Pythonisse, en chasseresse Je ne viens pas pour endormir Ceux-là que vivre fait frémir Je ne suis pas quelqu’un qui chante Comme on parle à sa confidente Je ne viens pas vous murmurer Comme il fait bon être emmurés Je chante ce que je crois être vrai Et si je crie fort, c’est exprès Je viens vous dire qu’il faut vivre Autant, et mieux que dans les livres.
Je suis ainsi, pas autrement Je ne suis pas quelqu’un qui ment Par mon silence ou mon sourire Je dis bien ce que je veux dire Qu’il faut s’inventer du bonheur Et l’arracher aux ricaneurs Aux exploiteurs, aux hypocrites Aux embaumeurs de marguerites Qu’il faut vivre au plus haut de soi
Et faire du combat sa loi Quand ce combat avec les hommes C’est devenir ce que nous sommes Je suis ainsi, pas autrement Votre vie est mon élément Par tendresse, par amitié Je suis, je reste, à vos côtés Je suis ainsi, pas autrement Votre vie est mon élément Par tendresse, par amitié Je suis, je reste, à vos côtés
Caminhando e cantando e seguindo a canção Somos todos iguais braços dados ou não Nas escolas nas ruas, campos, construções Caminhando e cantando e seguindo a canção
Vem, vamos embora, que esperar não é saber, Quem sabe faz a hora, não espera acontecer
Vem, vamos embora, que esperar não é saber, Quem sabe faz a hora, não espera acontecer
Pelos campos há fome em grandes plantações Pelas ruas marchando indecisos cordões Ainda fazem da flor seu mais forte refrão E acreditam nas flores vencendo o canhão
Vem, vamos embora, que esperar não é saber, Quem sabe faz a hora, não espera acontecer.
Há soldados armados, amados ou não Quase todos perdidos de armas na mão Nos quartéis lhes ensinam antigas lições De morrer pela pátria e viver sem razão
Vem, vamos embora, que esperar não é saber, Quem sabe faz a hora, não espera acontecer.
Vem, vamos embora, que esperar não é saber, Quem sabe faz a hora, não espera acontecer.
Nas escolas, nas ruas, campos, construções Somos todos soldados, armados ou não Caminhando e cantando e seguindo a canção Somos todos iguais braços dados ou não Os amores na mente, as flores no chão A certeza na frente, a história na mão Caminhando e cantando e seguindo a canção Aprendendo e ensinando uma nova lição
Vem, vamos embora, que esperar não é saber, Quem sabe faz a hora, não espera acontecer.
Vem, vamos embora, que esperar não é saber, Quem sabe faz a hora, não espera acontecer.
Acordai acordai homens que dormis a embalar a dor dos silêncios vis vinde no clamor das almas viris arrancar a flor que dorme na raíz
Acordai acordai raios e tufões que dormis no ar e nas multidões vinde incendiar de astros e canções as pedras do mar o mundo e os corações
Acordai acendei de almas e de sóis este mar sem cais nem luz de faróis e acordai depois das lutas finais os nossos heróis que dormem nos covais Acordai!
" Todos nós somos memória, e a memória, para o bom e para o mal, é a única coisa que não nos podem roubar".
Cantares de Amigos
"É possível falar sem um nó na garganta é possível amar sem que venham proibir é possível correr sem que seja a fugir. Se tens vontade de cantar não tenhas medo: canta. É possível andar sem olhar para o chão é possível viver sem que seja de rastos. Os teus olhos nasceram para olhar os astros. Se te apetece dizer não grita comigo: não. É possível viver de outro modo. É possível transformares em arma a tua mão. É possível o amor é possível o pão. É possível viver de pé! Não te deixes murchar. Não deixes que te domem. É possível viver sem fingir que se vive. É possível ser homem. É possível ser livre."
Manuel Alegre
"Primeiro levaram os comunistas, mas não me importei com isso eu não era comunista. Em seguida levaram alguns operários, mas não me importei com isso eu também não era operário. Depois prenderam os sindicalistas, mas não me importei com isso porque eu não sou sindicalista. Depois agarraram uns sacerdotes, mas como não sou religioso também não me importei. Agora estão-me a levar a mim Mas já é tarde..."
(Bertold Brecht)
“A minha vida é um vendaval que se soltou. É uma onda que se alevantou. É um átomo a mais que se animou... Não sei por onde vou, Não sei para onde vou, Sei que não vou por aí.”
José Régio
"Oh! Esta comoção de me sentir sozinho no meio da multidão - a ouvir o meu coração no peito do vizinho Oh! Esta solidão quente como a camaradagem do vinho!
José Gomes Ferreira, Comício"
"Homem, abre os olhos e verás em cada outro homem um irmão. Homem, as paixões que te consomem não são boas nem más. São a tua condição. A paz, porém, só a terás quando o pão que os outros comem, homem, for igual ao teu pão.
Armindo Rodrigues"
"Quando desembarcas em Lisboa, Céu celeste e rosa, estuque branco e ouro pétalas de ladrilho as casas, as portas, os tectos, as janelas salpicadas do ouro verde dos limões, do azul ultramarino dos navios, quando desembarcas não conheces, não sabes que por detrás das janelas escuta ronda a polícia negra, os carcereiros de luto de Salazar, perfeitos filhos de sacristia e calabouço despachando presos para as ilhas, condenando ao silêncio pululando como esquadrões de sombras sob janelas verdes, entre montes azuis, a polícia, sob outonais cornucópias, a polícia procurando portugueses, escavando o solo, destinando os homens à sombra.